12/23/2008

Direto do túnel do tempo



Que coisa, eu não gosto de ler o que escrevo. As vezes escrevo algumas coisas bem legais, mas no geral é sempre a mesma baboseira. Claro, com exceção do último post dedicado ao meu Flokis de Nevis (este "nevis" foi em homenagem ao Mussum).

Falando em Mussum. Zacarias, Dedé e Didi, umas das coisas mais importantes que a Globo fez foi lançar 4 DVD´s com os antigos programas dos Trapalhões. Putz como eu ria! Era o ponto alto do domingo. Como esquecer isso, se você tem minha idade. O domingo jamais seria um domingo se de manhã a TV não estivesse ligada no Silvio Santos, no programa "Domingo no parque", depois às 7 da noite, todos reunidos pra morrer de rir com os Trapalhões e ao final do domingo a triste música de encerramento do "Fantástico", que queria dizer "acabou o fim de semana, amanha voce vai ter que acordar bem cedo pra ir pra escola".

Que coisa. Essa coisa dos anos 80 nao passa mesmo. Será que minha filha vai ter tanta coisa legal pra lembrar da infância (em termos de programas de TV ), como eu tenho? Balão Mágico, Manda-Chuva, Pepe Legal, as pernas das paquitas (ok, nada a ver essa última parte).

Eu colocava as duas mãos na tela da TV quando subiam os créditos nos finais de novelas e jornais e fixava o olhar nas mãos imaginando que elas estavam voando na tela. Fazia muito isso. Não sei se é possível transcrever de forma inteligível isso, mas que era legal .... isso era. Será que alguém mais fazia isso? Sempre me senti solitário neste ato.

Didi ficou muito tempo em depressão. Dedé, tornou-se evangélico. Eu entendo. Acho que devem sentir essa nostalgia do que eles representaram para toda uma geração, e sentir que isso se foi assim, deve ser triste.

Quando eu era menino, jamais pensei na possibilidade de que Mussum ou Zacarias um dia poderiam morrer. Silvio Santos? Porra, nunca minha cabeça infantil concebia tais coisas. Até hoje, acho que no dia em que Dedé, Didi e Silvio Santos morrerem (não todos de uma vez, lógico), me sentirei de alguma forma, um estrangeiro nessa geração.

Sou mau-humorado convicto e nao tenho problema com isso. Por isso acho tão estranho como eu racho de rir assistindo esse DVD dos Trapalhões. Com piadas bobas, algums ingênuas, piadas politicamente inaceitáveis nos dias de hoje (como as que Didi e a galera fazem aludindo à cor negra de Mussum). Enfim, não são as piadas eu acho, é o que assistir aquilo representa.

Hoje comentava com minha esposa, como as vezes eu canto músicas horríveis no banho. Aguinaldo Timóteo, por exemplo. Sei "decor" algumas pérolas. Mas hoje entendo que pra mim só existe dois critérios pra gostar de certas músicas. Se tocam bem em sua mente ou se trazem alguma lembrança. Por isso sempre estou cantando músicas de Roberto Carlos, Milionário e José Rico e essas coisas assim.

Mas enfim... eu comecei escrever aqui com uma intenção e lembro que ia tratar sobre um assunto, aí... esqueci e comecei a "falar" essas coisas.

Ah! lembrei! Ia falar do Natal. Da festa mais hipócrita, sórdida e nojenta do mundo. Mas deixa pra lá. Depois eu escrevo.

Feliz Natal a todos!!!!

1 comentários:

Anonymous said...

"As pernas das paquitas" Hummmmm... danadinho!! rsrsrs
Mas as paquitas não eram do "Show da Xuxa"?

Digamos que não cheguei a acompanhar tanto quanto você, mas boa parte dessa "era Trapalhões" fez parte da minha infância. Não perdia um filme, seja na Sessão da Tarde ou no Cine Madrigal.
Hoje aquela "Turma do Didi" não chega nem aos pés do trabalho que eles desenvolviam antes, quando eram um quarteto. Aquilo é ridículo.
A química entre Didi e Dedé não é mais a mesma, depois de tantos anos e de duas perdas consideráveis.