3/26/2010

"Falar de Deus disso ninguém duvida" - Otto

Camarada não sabia que ainda tinha esse Blog. Incrível que quanto mais leio as coisas que escrevo, olhando de forma cronológica-inversa, mas acho ridículo essa coisa de ter blog público. Ora pois, se sua necessidade é escrever e apenas extravasar o juízo as vezes, porque a necessidade de publicizar isso? Enfim, aí seria toda uma discussão sobre o tema que por hora não me apetece, fazê-lo.

Depois escrevo ao final do texto sob o som de quais músicas escrevo isso.

Historinhas pra boi dormir

São histórias que as vezes minha mente criam, sem pé nem cabeça. Mas eu escrevo para um dia reler e entender tudo.

Historinha 1: "Como me chamar de ateu? Eu creio em Deus, apenas acredito que Eu sela ele e Sou tão compreensivo que entendo que vocês não me aceitem ainda"

Eugênio. Seu nome era apenas uma mera projeção do que ele era, a saber, um EGO. Sempre ísta, muito cêntrico, e pequeno como as duas letras que formam esse pronome pessoal. Mas gênio na arte de se entender, posto que é coisa mais genial que um ser humano pode fazer. Claro que Eugênio jamais se atrevera a se conhecer a fundo. Nesse quesito não era o Eugênio que tinha o Medo, mas Este que o possuia em suas grades.

Eugênio em frente ao espelho: "Não entendo como demorei tanto para descobrir o quanto me amo. Foi depois de me conhecer, de reconhecer em mim os MEUS defeitos, sim não o meu de quem não os quer, mas o meu de quem se refere a filhos, todos eles, cada every little fukin filhos são meus, tão meus. Uns jovens recém-nascidos outros tão idosos que ninguém nem mais se importa com eles. Aprendi que amaior prova de que estamos evoluindo para um alto nível de auto-conhecimento, é quando reconhecemos nossos erros, nossos erro-filhos. Não é conhecer, isso é fácil, mas reconhecer, morar com eles por um tempo, entendê-los antes de matá-los como se insetos fossem e não cria nossa, filhotes de humanos. Erros, falhas, vícios, o que quer que queira chamar, são filhotes de humanos. Virtudes, bondade, acertos, wherever, são filhotes dos deuses, ou um Deus, como melhor te suprir.

Talvez o grande erro, o maior de todos, seja o nosso critério de julgar o que é o 'errado' e o 'certo'. Nunca parei pra pensar que tudo o que eu imaginava ser meu lado 'bom', na verdade era pior do que o meu lado 'mal'. Na verdade o bom , o certo, o limpo...nenhuma deles existem. Apenas o menos mal, o não errado, e o não-sujo. Talvez seja assim a 'existência' do tal Deus que eles crêem. Ele (maiúsculo ao quadrado, uma vez que sucede a um ponto), não mais é que a ausência do mal, do que prejudica, do sujo. A vida o mundo, vão bem obrigado, sem o mal, não precisa além disso existir um 'bem' que se arvore ser a ausência do bem em estado de nirvana (não, não é a banda).

Deus não sobrevive a ausência do mal. Apenas 10 anos de paz mundial, farturas, dinheiro pra todos, saúde e longevidade eterna, caso tal utópico momento se realizasse, uma década seria suficiente para que toda a humanidade se esquecesse do 'Amigo Imaginário' com todas as maiúsculas que nossa lingua portuguesa possa honra-Lo.

A manutenção do sistema é politicamente viável para Deus. Sem crise, sem Deus nem deus.

Mas e o que tudo isso tem a ver com o fato de eu começar dizendo que me amo? Tem a ver que ao saber que o bem não existe e sim a ausência do mal, penso análogamente que o mal também não existe, mas ausência do bem. Ausência denota carência, falta e não se culpa o faminto pela fome nem se culpa a comida também. O mal que há em mim é é o bem desnutrido apenas. Precisa de cuidado, de atenção, noites sem dormir vigiando seu sono. Hoje gosto de cada every litlle fukin falhas e vícios meus, tão meus. Eles se mostram mais do que a falange das hipócritas 'virtudes' que querem tomar o poder da minha vida. Tenho medo quando o 'bem' chega ao poder. O bem é um regime totalitário não aceita os contras. O 'mal', ora o mal ele é bem democrático. Nunca vi alguem ser todo mal e ainda não aceitar nele nada que tenha a ver com o bem. Mas o 'bem'- coturno no pescoço. Discordou dele, tá exilado, condenado, se possível morto. O 'bem' gerou Hitller, os Papas, a Santa Inquisição, os políticos, a polícia, o exército e até a bosta do sistema socialista, Marx, Lennin e toda essa cambada que tem seus nomes em bibliografias de monografias de história. O 'bem' criou Deus, não o contrário. O 'mal' criou o Satanás não o contrário. Entendendo isso, entendi 80% do princípio ativo da religião, o THC dela.

Eu adoro o mal que está em mim. Cada every little evil fukin dark peace of 'mal' em mim. Mas não tenho mais espaço para outros. Estou bem de defeitos. Administrando legal posso chegar ao final da vida com bem poucos, muitos devem morrer ao longo do caminho, por eu não alimentá-los, mas outros estão tatuados em mim. Morrerei com eles, e eles estarão comigo no meu último dia na terra. O 'bem', tantas vezes me abandonou, me deixou só... mas ele, o 'mal', sempre parceiro esse meu filho rebelde.

E é por isso, que eu, Eugênio, no nome e em cada every little fukin palavra que penso e escrevo, declaro a mim mesmo meu amor. O mundo agora tem razão de existir, afinal eu estou nele, e quão sem graça seria essa merda de mundo sem mim. Eugênio, eu, gênio, faço parte da rara massa que dá algum sentido a esse caos que convencionamos chamar de mundo ou sociedade.

Não tenho medo de morrer. Não de partir. Nem mesmo de morrer como um qualquer, afinal os gênios não esperam reconhecimento em seu tempo, da mesma forma, eu, gênio, Eugênio, não temo ser preterido nas premiações do 'Oscar', organizado pelos medíocres que a qualquer 'paulocoelhisse' da vida se curvam.

Eu sou Eugênio, muito mais Gênio que Eu, aliás, me chame de Gênio apenas, o Eu está implícito no nome. Não é meu nome que contem o adjetivo gênio e sim o contrário. Eu sou foda, quem sabe meu filho seria Eufoda, se menina e Eufodo, se menino."

Eugênio começa se olhar no espelho, se acha realmente atraente e acredita que sua beleza tenha a mesma intensidade e dificuldade em se entender, que as sinfonias de Bethoven. "As pessoas querem musicas pops, coisas fáceis e minha beleza só se vê quando a sente e os olhos não tem sentimentos, apenas a mente e quem dela não faz muito uso, a não ser pro básico, não me vê", pensa Eugênio, olhos fixos no espelho, encarando-se e tentanto se enxergar neles.

O tempo passa, dezenas de minutos talvez, seus olhos dão um "zoom out" e quem ele vê no espelho não é mais o Gênio de beleza incompreendida, mas velho Eugênio de sempre. O bem voltou a dominá-lo, as cinzas são recolhidas, conhecidas e reconhecidas como ex-estrelas que morreram por ficarem muito próximas do sol.


E Eugênio, usando ainda um pouco do que sobrou do seu momento reflexivo, pensa em voz alta mas sem pronunciar nada "talvez seja por isso que não consigo, crer em Deus, posso até crer que Ele exista, mas não confio Nele, afinal. como se confiar em quem não sabe o que é conviver desde sempre com os erros? Não os erros externos, mas os incravados na nossa alma. Confiaria num Deus imperfeito, que tropeçasse na pedra e gritasse 'porra!', que batesse o calcanhar na quina da mesa e espraguejasse 'shhhhhhh disgraaaaça da porra!. Acho que esse Deus me entenderia e eu confiaria nele". Eugênio começa pensar em Ney Matogrosso cantando "se posso pensar que Deus sou eu" e começa pensar se de repente não seria ele mesmo Deus. Mas isso seria elocubrações para outro dia.

Som de fundo:"Panis et circenses", "She´s my shoo shoo" e outras tantas do mesmo disco - Mutantes.

1 comentários:

Thalita Gomes said...

adorei o post... discordo de algumas coisas, mas gostei muito da ênfase ao amor próprio.
Parabéns pelo blog!!