12/01/2008

Reflexões sobre a vida da morte

Morte segundo o dicionário:
mor.te
sf (lat morte) 1 Ato ou fato de morrer. 2 Fim da vida animal ou vegetal; termo da existência. 3 Pena capital. 4 Destruição, perdição. 5 Pesar profundo. 6 Fim, termo. 7 Mit Divindade representada por um esqueleto humano armado de uma foice e que a crendice popular supõe ceifeira de vidas.

Vez por outra reflito profundamente sobre a morte. Como a morte é injustiçada, mal compreendida e utilizada para fins de manipulação e outros mais. Evitamo-a como se não fizesse parte do processo de existência, ignoramos na vã esperança de que isso reflita uma forma "positiva" de viver. Não compreender a morte como parte do processo de vida, pra mim é como não entender a importância da escuridão no brilho da luz, como não entender o ponto final pra dar sentido ao parágrafo.

Não consigo imaginar a morte como uma "passagem" para outra vida, ou outra dimensão. Morte é morte e pronto. Acabou. Morreu. Se não existir qualquer "algo" após a morte, não é morte é outra vida. Se existe outra vida, a morte tem que urgentemente ser repensada em termos conceituais. Partindo da idéia de que a morte fosse a porta de entrada para um novo mundo, ou nova vida, ela deveria ser celebrada, comemorada. Os velórios, ainda que houvesse a típica tristeza das despedidas, teriam que ter também a festa de despedida, como as que fazemos para amigos que se mudam definitivamente para outros lugares.

Não fosse a morte a religião não teria sua força. O que mais alimenta as seitas, religiões e sandices espirituais do homem do que a morte, ou o medo, ou ainda a incerteza do que ela seja? Imagine que simples se todos apenas entendessem e aceitassem que morrer é morrer. Acabou. Fim. The End. Não tem explicação, não tem nada depois, não tem nada de nada. Tem... o nada. Sim a morte pode ser nada além mais do que o nada. Ou como disse o personagem do livro "1984" de Orwell, a morte é a "nadificação da vida".

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